A vinícola Terras Altas é reconhecida por sua dedicação e paixão na produção de vinhos de alta qualidade. Para entender melhor as expectativas para a colheita de 2024, época mais importante do ano, conversamos com a enóloga Luísa Tannure, que há três anos integra o time de especialistas da vinícola.
Luísa compartilha detalhes sobre a safra deste ano, faz comparações com colheitas anteriores e ainda revela os desafios envolvidos. Confira a entrevista a seguir.
1. Luísa, quais as expectativas para a colheita de 2024?
“Em 2024, temos a expectativa de colher em torno de 40 toneladas. Teremos a primeira safra da Cabernet Franc que, que embora tenha pouca quantidade, já demonstra um grande potencial, com boa maturação química e fenólica para plantas de 2 anos. A Syrah mantém o padrão de qualidade da vinícola, com maturação adequada para a produção dos nossos rótulos. Temos quatro vinhedos que são manejados de formas distintas durante o ano, de acordo com o vinho que planejamos elaborar, com passagem ou não por barrica, por exemplo. A estrela dessa safra será a Cabernet Sauvignon, já na sua terceira colheita. Desde o plantio em 2020, a equipe da vinícola tem se desenvolvido junto com o vinhedo, aprendendo a melhor maneira de cuidar das Cabernet Sauvignon e, neste ano, tivemos muitos avanços no campo. Teremos uma produção de 10 toneladas, o que é muito promissor, já que as primeiras colheitas (22 e 23) foram pouco produtivas, como é normal acontecer nos primeiros anos. Dentro da indústria, também aprendemos bastante a cada safra e, dessa forma, a cada ano, estamos mais preparados para guiar as vinificações da melhor maneira que a uva precisa.”
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2. Compare a colheita deste ano com a do ano passado.
“Em termos de quantidade de uva, as duas safras estão bem parecidas. Mudamos o direcionamento da uva, elaborando mais vinho rosé que nos anos anteriores, já que o Cava do Bosque é bastante procurado pelo público. Inclusive, a colheita de rosé já aconteceu! Em 2023, a nossa colheita de uva para elaboração de tintos aconteceu no início de agosto e a expectativa para este ano é que a colheita aconteça em meados do mês de julho.”
3. O clima e o tempo neste ano foram diferentes? Como isso interferiu na safra?
“Sim. Este ano foi bem mais quente que os anteriores. Tivemos recordes de calor nos últimos meses e pouca chuva. Com a temperatura mais alta e bastante incidência solar, as videiras estavam em condições ideais para uma taxa fotossintética mais alta, encurtando o ciclo e adiantando a safra.”
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4. Houve algum desafio específico na safra deste ano? Se sim, qual?
“Este ano a safra chegou mais cedo do que o esperado. Apesar de prevermos uma colheita antecipada, devido ao calor, não imaginávamos que a colheita de uva para vinificação em rosé aconteceria em junho! Em 5 safras, é a primeira vez que temos uma colheita tão cedo, já que nos outros anos a colheita acontecia no fim de julho e início de agosto. Como enóloga, o mês anterior à colheita é cheio de ansiedade e expectativa, esperando a data da Vindima, que encerra o ciclo no campo e abre os trabalhos na vinícola. Um ponto positivo desse adiantamento é que terei que esperar menos! Rs.”
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5. Tendo em mente as mudanças climáticas e períodos de seca e chuva, bem como temperaturas variadas, como a Terras Altas age para sempre manter a qualidade das uvas? E como a vinícola está se preparando para o futuro?
“Períodos de excesso de chuva são mais desafiadores no cultivo das videiras, que são plantas suscetíveis a doenças fúngicas que acometem as folhas e cachos. Na estação chuvosa, precisamos cuidar mais atentamente dos parreirais para identificar possíveis focos de doenças e tratá-los o quanto antes. Já os períodos de seca estão associados com melhor maturação da uva, especialmente na Terras Altas, em que todos os vinhedos são irrigados. Dessa forma, fornecemos a quantidade de água necessária para que as plantas se desenvolvam de forma saudável e, devido à falta de chuvas, o risco de doenças é menor. Acompanhamos todos os anos como as videiras respondem aos tratamentos e ao clima, fazendo os ajustes necessários. Precisamos entender como as plantas se comportam para decidir a melhor época de poda, por exemplo, sempre acompanhando as previsões do tempo.”
6. Cite algumas das práticas ESG da vinícola (principalmente envolvendo sustentabilidade e práticas sociais).
“Os bagaços e engaços da uva são enviados para compostagem e voltam ao vinhedo nos anos seguintes como adubo, fechando o ciclo. Temos parcerias com a USP Ribeirão Preto, Embrapa Instrumental e Epamig, para desenvolvimento de pesquisas que geram informações importantes para a vinícola, tanto em relação ao vinho como ao vinhedo. Esses dados são coletados e analisados por estudantes de mestrado e doutorado, que publicarão os artigos, fornecendo os dados para outros pesquisadores e vitivinicultores.”
Confira na íntegra as práticas sustentáveis da vinícola: https://vinicolaterrasaltas.com.br/blog/terras-sustentaveis/
Com essas perspectivas, a vinícola Terras Altas reafirma o compromisso com a excelência na produção de vinhos e a sustentabilidade. Estamos sempre inovando e nos adaptando às mudanças climáticas para garantir a melhor qualidade de nossas uvas e vinhos.
Quer participar da Vindima 2024, nossa exclusiva e imperdível Festa da Colheita? Esperamos por você nos fins de semana deste mês de julho. Restam poucas vagas, faça sua reserva pelo link https://terrasaltas.company.site/ e venha celebrar com a gente!